Pedro Nunes da Silva Filho – Cadeira nº. 18
Para falar do Dr. Pedro Nunes da Silva Filho, tomo emprestadas as palavras da escritora Zilda Diniz Fontes, que o descreveu sabiamente em seu livro “Morrinhos: De Capela a Cidade dos Pomares”.
Dr. Pedro Nunes era filho do Cel. Pedro Nunes e de Maria Carolina Nunes da Silva, tendo nascido em Morrinhos no dia 29 de fevereiro de 1884. Estudou no Liceu de Goiás e no Ginásio Nogueira da Gama, em Jacareí. Na faculdade de Direito de São Paulo fez brilhante curso de Ciências Jurídicas e Sociais, laureando-se em 1908, e voltou para Morrinhos onde se estabeleceu como advogado.
Pedro Nunes não foi Presidente do Estado de Goiás, como seus tios Alfredo Lopes de Morais e José Xavier de Almeida, mas teve seu nome citado entre os mais notáveis goianos da época. Mário da Veiga Cabral, em sua Corografia do Brasil, aponta-o como um dos goianos ilustres. Ilustre pela enorme bagagem cultural fruto de uma vida de estudos e dedicação à ciência do Direito. Jornais, revistas nacionais e estrangeiras, os melhores e mais modernos autores, livros em quantidade ele os adquiria em São Paulo ou no Rio e constituíam a sua leitura de todos os dias. Estava, assim, a par dos acontecimentos mundiais, surpreendendo as pessoas que vinham a Morrinhos e com ele conversavam. Estranhavam encontrar, numa cidade tão pequena e longe das grandes metrópoles, alguém tão bem informado e culto.
Dentre as causas que Pedro Nunes defendeu há uma famosa em Goiás e que lhe proporcionou ensejo de demostrar a sua bagagem como jurisconsulto e as qualidades de homem íntegro. A revista “Álbum Brasileiro”, editada em 1927, chama essa causa de “Uma questão dos diabos”.
Pedro Nunes impressionava por sua inteligência, impressionava também pela atitude desprendida em questões de dinheiro. Abriu mão de seus vencimentos como intendente (10% da arrecadação municipal) dando-os para a obra do Grupo Escolar Cel. Pedro Nunes, por ele fundado no dia 13 de maio de 1924.