Maria de Oliveira Lisboa Costa – Cadeira nº. 19

Nasceu, MARIA DE OLIVEIRA LISBOA COSTA, em 02 de agosto de 1880, em Goiás, carinhosamente apelidada de MARIQUITA COSTA, tem-se que nasceu com um dom impar para o ensino de música, fazendo de suas aulas, sempre, um prazer renovado para seus alunos. Eram aulas movimentadas. Alegres. Com linguagem maternal, bem humorada.

Tal como Dorinta de Paiva, não terminou seus estudos, mas possuindo a veia do magistério, como professora leiga, tornou-se uma excelente mestra. Principiando seu caminho como docente na cidade de Santa Luzia, passou por Formosa, Piracanjuba, Santa Cruz, retornando a Piracanjuba e por fim Morrinhos, onde permaneceu de 1913 a 1946. Foi uma das primeiras professoras do Grupo Escolar Cel. Pedro Nunes. Lecionou Canto Orfeônico na Escola Normal de Morrinhos para os Cursos Complementar e Normal.

Pessoa extremamente cativante e comunicativa, esposando João Evangelista da Costa, que possuía a mesma comunicação e alegria de conviver. Excelentes anfitriões, em cuja casa, sempre de portas abertas aos amigos, produziam festas com calor humano, alegres, com a presença de velhos, moços e crianças.

No carnaval, o casal era dos mais animados. Naquela época, ao invés de lança-perfume, hoje proibido, usavam os limões de cheiro feitos de parafina em fôrma e cheios de água perfumada. Nenhuma pessoa, no carnaval, se igualava em entusiasmo ao Sr. João e Da. Mariquita.

Quando Morrinhos completou, em 1945, um centenário de doação das suas terras para formação do município. D. Mariquita e o Prof. José Cândido organizaram uma festa grandiosa, para comemorar a importante data. A Festa do Centenário, tão conhecida dos mais velhos, e lembrada por todos os munícipes, pela grande divulgação de pai para filhos. A festa repetiu-se por muitos anos, tornando-se tradicional no sul de Goiás, com afluxo de invulgar número de turistas.

De interessante, ressalta-se que D. Mariquita Costa, é mãe de Jorivê Guarany Costa, que por sinal, casado com Maria de Lourdes Nunes de Azeredo Costa, esta veio, após o falecimento da patrona de minha cadeira, que se deu no dia 12 de outubro de 1947, a ser apelidada de Mariquita Costa; portanto, tanto a mãe de Jorivê como a própria mulher possuíam apelidos idênticos, o que não deixa de ser uma coincidência interessante.

A Prof.ª Nilza, sábia e divulgadora incansável dos vultos morrinhenses, enfatiza, em seu livro, que “DONA MARIQUITA era de uma bondade sem conta. Ótima para explicar e dotada de muita simpatia. Era de uma dedicação a toda prova e tinha amizade e carinho pelas alunas. “Ensinava a ler, escrever, contar, geografia e história”. Método de ensino: Geografia e História eram dadas através de pontos que eram marcados e decorados pelas alunas. Além de livros impressos, era ofertado também um livro manuscrito para que a aluna soubesse ler também letras que não fossem impressas. Não lecionou somente para o sexo feminino, passou a ensinar também o masculino e sua Escola tornou-se mista.” O nome de MARIQUITA COSTA perpetua-se em Morrinhos em uma de suas Escolas, representando um reconhecimento e uma homenagem àquela que colocava amor em seu trabalho ao ensinar e que participava ativamente dos eventos culturais e religiosos da cidade, contribuindo para o maior brilhantismo dessas solenidades.

Honra-me, profundamente, ocupar a cadeira de que é patrona MARIA DE OLIVEIRA LISBOA COSTA, e peço que todos os anjos que me protegem deem-me forças para dignificar seu nome, ofertando-me luz para ultrapassar os momentos escuros da vida, e guiando-me na obtenção de serenidade quando ocupante da cadeira n. 19, sendo um artífice do bem, e promovendo no que possa a difusão da leitura aos jovens, para que possam amanhã ocupar nossos lugares nesta Casa admirável de cultura que é a ACADEMIA MORRINHENSE DE LETRAS.