Florêncio Lopes Zedes – Cadeira nº. 22
FLORÊNCIO LOPES ZEDES é filho de João Lopes Zedes Filho e Ondina Carneiro Zedes, nasceu em Morrinhos - GO no dia 30/03/1920. Cursou o primário no Grupo Escolar Cel. Pedro Nunes e o Complementar e Normal na escola Normal de Morrinhos. Foi professor, escrivão e coletor.
Em 1945, então com 25 anos, prestou 2 (dois) concursos ao mesmo tempo e foi aprovado para escrivão em 2º lugar no Brasil e único aprovado em Goiás para coletor, atividade esta que assumiu em Morrinhos, fazendo ainda mais 14 cursos de especialização no Ministério da Fazenda.
Gozava de alto conceito como profissional e por esta razão foi Membro da Junta Apuradora do Tribunal Eleitoral desde 1947, quando no Brasil se procederam novamente às eleições, após a ditadura de Getúlio Vargas.
Foi colaborador do jornal “O Liberal” onde publicou crônicas, contos, poesias e um comentário do livro Motivos Sertanejos, de Celestino Filho, feito em 1950. A sua análise coincide com a opinião de J.G. de Araújo Jorge na abertura de Rosas Atômicas, obra publicada em 1977.
Dentre os trabalhos de Florêncio podemos destacar:
· Poesia: Ódio ou Amor, Pecadora, Astúcia, A Menininha, a Igreja do Padre Chico, Natal Triste, A Cozinheira, Evocação, Poemas Atômicos, Quero Falar-te, Súplica, Dois Destinos, Velhice, Ano Novo, Os Teus Passos e outras.
· Prosa: O Milagre dos Lírios, Um Conto de Natal, Gênios ou Ingênuos e pensamentos diversos.
· De “O Liberal” de 24/12/1950 foi extraído o poemeto “Juramento”, que, segundo opinião de Guilherme Xavier de Almeida e José Cândido, Florêncio jamais faria outro igual.
Outra particularidade que merece destaque, também contada por José Elias, é que o Florêncio, todos os dias, tomava uma cerveja num bar que havia bem em frente onde é hoje o Banco Real, até aí também tudo normal; só que ele se sentava sempre na mesma mesa e na mesma cadeira; se ele chegasse no bar e tivesse alguém naquele espaço que ele considerava só seu, retirava-se e ia embora. Caso estivesse vazio, sentava-se e sempre tomava uma cerveja e mandava embrulhar outra para saborear em casa.
Bem, particularidades ou excentricidades pareciam ser o forte nesta família, pois consta que seu avô, o Cel. João Lopes Zedes, era comerciante em Morrinhos e possuía um daqueles armazéns da época onde se encontrava quase de tudo, e quando alguém se dirigia ao seu estabelecimento para adquirir algum objeto e este objeto fosse o último exemplar da loja, ele não vendia este, sob hipótese nenhuma, alegando que era o último do estoque e que o armazém não poderia ficar acéfalo deste.