Elodia Ribeiro Costa – Cadeira nº. 02

À Academia Morrinhense de Letras tenho a honra de pertencer, tendo como patrona a senhora Elodia Ribeiro da Costa, natural de Morrinhos, filha de Major Limírio Ribeiro Quinta e Ana Amélia da Glória. Casou-se com Oséas Antônio da Costa, escrivão do cartório do crime, e tiveram os filhos: Odete, Ondina, Odila, Maria Amélia, Suzana, Osvaldo, Otacílio, José e Oséas.

Cursou até o segundo ano primário. Sabia manter conversas sobre variados assuntos; pode-se afirmar que se tratava de uma pessoa culta, adquiriu os conhecimentos através do hábito da leitura, identificando-se como uma autêntica autodidata. Mantinha-se informada sobre acontecimentos nacionais e internacionais. Era sensível à música, literatura, política e arte. Conduzia sua vida extremamente caseira, concentrava-se nos afazeres domésticos durante o dia e no rádio ou leitura à noite. Não foi apenas leitora como também escritora, poetisa.

Muitas vezes, atendendo anseios de sua alma, depurada na dor e no sofrimento, ela escrevia. Movida pelas perdas, deixava extravasar sua paixão e amargura. Em 1927, morre seu filho Oséas, estudante de medicina em Belo Horizonte. Morre Osvaldo, o secundarista de Engenharia. Em 1935, mais uma perda querida para Elodia, a morte do filho Otacílio. Mais cicatrizes no coração, dilacerado pelo destino e impotente a uma vontade maior. Em 1967, mais um luto, a morte da filha Maria Amélia, professora no Colégio Estadual Xavier de Almeida e Ginásio Senador Hermenegildo de Morais. Faleceu no Rio de Janeiro, seus restos mortais foram trazidos por via aérea e sepultados em Morrinhos.

A senhora Elodia entristeceu para sempre. Dedicou um álbum à Maria Amélia, abrindo-o com estes dizeres: “Este é o meu livro, o livro da dor, o livro da amargura” - Ano 1968. Há páginas e páginas dedicadas à filha.