Vitória Troncoso – Cadeira nº. 05
Em 03 de outubro de 1905 chegou ao Lar de Arthur Rodrigues (espanhol) e Haideê Moreira Rodrigues (neta de espanhol), a 2ª filha do casal (dos 12 filhos) na cidade Uberaba (MG). Uma linda menina de cabelos loiros e cacheados, e a ela deram o nome de Vitoria, em homenagem a avó Vitória.
O pai Arthur Rodrigues era maquinista da estrada de ferro e tinha o cargo de chefe da linha Mogiana. A mãe Haideê do Lar
Vitória teve o apelido de Torinha, como sempre foi chamada pela família e ficou conhecida por Torinha. Embora sendo a 2ª filha sempre ajudou a Mãe nos afazeres da casa e no cuidar dos irmãos. Aos 16 anos casou-se com David Troncoso Carrera (24 anos), um espanhol vindo de Goyan, município de Ponte Vedra, na Galicia. Viveram em Uberaba onde tiveram os 3 primeiros filhos: Roberto, Maria Aparecida e Eleuza. Depois na década de 1920 mudaram para Pires do Rio (GO) onde tiveram mais três filhos Elza Rubens e Dolores (Lolita). Torinha sempre cuidando da família, pois seu esposo David era viajante e ficava meses fora de casa. Mãe dedicada amorosa e cuidadora dos filhos. Na década de 30 ate 1940 voltaram para Uberaba (MG) onde tiveram mais dois filhos Carmem e David Junior. Carmem faleceu com 1 e 6 meses. Vitória quase ficou louca, mas foi bastante forte por causa dos filhos, conseguindo superar a perda. Em 1940 foram para Morrinhos, seu esposo David alugou o Hotel (na época acho que Grande Hotel veja com Dona Nilza que deve saber o nome correto) (hoje Nossa Senhora Aparecida). Autoridades moravam no hotel as jardineiras saiam do hotel, alguns bailes eram feitos no salão do hotel, porem depois deixaram de ter hotel, mas continuaram em Morrinhos. Torinha. Foi bordadeira e crocheteira (não sei se diz assim), ajudava a fazer salgados na casa de Dr. Silvio Gomes de Mello e Dona Lourdes para as festas importantes da cidade. Sempre ajudou os filhos na criação dos netos. Vitória quando tinha o hotel deu guarida a várias famílias necessitada ajudou a criar filhos alheios que hoje muitos ainda viventes são ligados à família de Vitória. Quando estava com 46 anos ficou grávida de Maria Cristina que veio depois de 14 anos do caçula. Ela no começo escondeu dos filhos, pois muitos já eram pais e tinha filha grávida e sentia-se desconfortável. Teve muito medo de morrer e não criar a filha. Ficou viúva em outubro de 1965 e daí por diante sempre companheira e morou junto da caçula. Em Morrinhos participou de novelas na Rádio Morrinhos, e teatro dirigido por Dona Zilda Diniz. Em 1972 Maria Cristina foi trabalhar no Banco do Brasil e ela a acompanhou em toda trajetória. Primeiro Orizona (GO) Lá Maria Cristina casou se com Jair também do Banco do Brasil foram transferidos para Porto Nacional (TO), Dianópolis (GO), Cristalina e chegaram ate Goiânia (GO) no ano de 1990. Vitória embora tivesse somente o curso primário sempre gostou de ler e escrever. Escreveu individualmente um livro da vida de cada filho, encapou os com organdi que ela própria bordou e entregou a cada um, a sua vida ali narrada. Muito dinâmica acompanhava política, futebol enfim sempre atualizada. Ajudou a Maria Cristina a criar os três filhos. Muitos são os escritos deixados por ela em cadernos. Para homenageá-la uma neta editou um dos livros dentre eles o dedicado ao seu filho Rubens intitulado Relatos de uma vida feliz. “Torinha gostava de andar sempre bem arrumadinha unhas feitas dizia:” não podemos decepcionar nossos filhos”. Muito religiosa devota de Nossa Senhora Aparecida.